Ópera comunitária em grande escala
Explorar a ópera e a cocriação
Ao trazer a cocriação para a ópera, as organizações que lideram as óperas exploratórias inspiraram-se em ideias e métodos com longas raízes na educação cultural e nas inovações mais recentes do movimento artístico comunitário.
Estas metodologias ricas e bem testadas constituíram uma base sólida para a experimentação de novos métodos e ferramentas, incluindo a tecnologia digital, na situação única de cada projeto.
As três óperas variam muito em termos de contexto social, cultura, recursos, escala e visão artística. Esta diversidade permitiu ao Traction testar ideias numa série de situações e ajudou a identificar os pontos em comum que informam os princípios orientadores. Demonstrou também a adaptabilidade e a viabilidade da cocriação.
O Tempo é uma ópera comunitária, criada com jovens reclusos, familiares, antigos reclusos, habitantes de Leiria e funcionários da prisão.
O Tempo (Somos Nós)
Um dos visuais de fundo com uma paisagem urbana destruída da ópera de Realidade Virtual.
Out of the Ordinary / As an nGnách / Fora do Comum
Muitos músicos amadores que vivem em Raval também participaram na execução da música. Têm histórias e experiências variadas, mas todos contribuíram para fazer da ópera uma verdadeira produção comunitária.
La Gata Perduda / A Gata Perdida
Barcelona
Em Barcelona, a histórica casa de ópera Liceu trabalhou com 1000 pessoas do seu próprio bairro multicultural, Raval, para cocriar uma grande ópera que desafiava os estereótipos e celebrava a resiliência, a diversidade e as novas vozes.
Portugal
Em Portugal, a escola de música SAMP envolveu toda a comunidade de um estabelecimento prisional de jovens - reclusos, familiares e funcionários - numa cocriação baseada na história de Ulisses e Penélope, utilizando ferramentas digitais inovadoras para combinar a atuação conjunta dos participantes dentro e fora dos muros da prisão.
Irlanda
Na Irlanda,a Irish National Opera trabalhou com 100 pessoas de todo o país para cocriar a primeira ópera comunitária de realidade virtual do mundo, transformando antigos contos populares irlandeses numa fábula contemporânea sobre as alterações climáticas.
Nada disto foi fácil e nem sempre foi bem-sucedido.
Experimentámos coisas que não funcionaram, ou que não corresponderam às nossas expectativas. E fizemo-lo numa pandemia global que nos impediu de nos encontrarmos cara a cara durante grande parte do tempo. Ainda assim, graças à criatividade tenaz de todos os envolvidos e à resiliência intrínseca da cocriação, conseguimos chegar ao fim, sem fôlego e a rir.
As óperas foram todas revolucionárias. Cada uma delas ensinou-nos muitas lições. Cada uma delas é descrita em pormenor nestas páginas, com muitas fotografias e vídeos. Se desejar obter mais informações sobre as produções, contacte as organizações responsáveis.